Em dia de Reis é tradição comer-se Bolo Rei, mas sabe a
história deste bolo?
Até há bem pouco
tempo, o brinde e a fava faziam parte da tradição deste bolo, sabe porquê?
Este bolo está
carregado de simbologia, pode dizer-se que ele representa os presentes
oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus. A parte exterior dourada e
brilhante simboliza o ouro, as frutas secas e as cristalizadas representam a
mirra e o incenso está representado no aroma do bolo.
Segundo a lenda a
existência da fava no Bolo Rei, deve-se ao facto de quando os Reis Magos viram
a Estrela de Belém que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre si
qual dos três teria a honra de ser o primeiro a entregar a Jesus os presentes
que levavam. Como não conseguiram chegar a um acordo e com vista a acabar com a
discussão, um padeiro confeccionou um bolo escondendo no interior da massa uma
fava. De seguida cada um dos três Magos do Oriente pegaria numa fatia. O Rei
Mago que tivesse a sorte de retirar a fatia contendo a fava seria o que
ganharia o direito de entregar em primeiro lugar os presentes a Jesus. O dilema
ficou solucionado, embora não se saiba quem foi o "ganhador": Gaspar,
Baltazar, ou Belchior.
Historicamente
falando, a versão é bem diferente. Aproveitando um inocente jogo de crianças,
os Romanos inseriram a sua prática nos banquetes durante os quais se procedia à
eleição do rei da festa, que consistia em escolher entre si um rei tirando-o à
sorte com favas, por isso designado por vezes também "rei da fava".
Esta prática era muito utilizada nos banquetes das Saturnais, festividades que
se realizavam em 25 de Dezembro, em celebração do solstício de Inverno. A
Igreja Católica - tal como aconteceu com muitas outras tradições e festas pagãs
- aproveitou o facto das Saturnais e do "jogo da fava" serem
realizados no mês de Dezembro e decidiu relacionar este último com a Natividade
e com a Epifania, ou seja, com os dias 25 de Dezembro e 6 de Janeiro, determinando
que esta última data fosse designada por Dia de Reis e simbolizada por uma fava
introduzida num bolo.
Já o
"brinde" era colocado no bolo como forma de presente. Havia quem
colocasse nos bolos pequenas adivinhas cuja recompensa seria meia libra de
ouro. Outros incluíam propositadamente as moedas de ouro na massa, como forma
de agradecimento. Com o passar do tempo o brinde passou a ser um pequeno
objecto de valor apenas simbólico.
As regras
comunitárias, vieram ditar que tanto o brinde como a fava fossem interditados e
assim desapareceram dos "Bolos Rei".
Em relação à
introdução do "Bolo Rei" em Portugal, segundo consta a receita foi
trazida de Paris pelo filho do fundador da Confeitaria Nacional de Lisboa,
Baltazar Rodrigues Castanheiro Júnior, local onde foi vendido pela primeira vez
em meados do século XIX, mais concretamente depois de 1870.
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